Como fazer uma análise SWOT do PPG usando dados disponíveis nas plataformas Lattes e Sucupira

Entenda como utilizar os dados das plataformas Lattes e Sucupira para realizar uma análise SWOT do seu programa de pós-graduação e aprimorar sua performance nas avaliações da Capes.

Buscar a excelência na pós-graduação stricto sensu vai além de garantir produção acadêmica de qualidade. Requer também a capacidade de planejar estrategicamente o futuro do PPG com base em informações concretas e atualizadas.

Diante das avaliações quadrienais da Capes e da crescente competitividade entre programas, torna-se fundamental que os gestores adotem uma postura analítica e proativa. Nesse contexto, a análise SWOT surge como uma ferramenta estratégica valiosa para diagnosticar a realidade do programa e definir ações de fortalecimento.

Ao mapear pontos fortes e fragilidades, identificar oportunidades de crescimento e antecipar possíveis ameaças, a matriz SWOT favorece decisões mais fundamentadas e alinhadas tanto às diretrizes da Capes quanto às demandas do ambiente externo.

Embora amplamente utilizada no meio corporativo, essa metodologia aplica-se de forma eficaz ao contexto educacional, oferecendo uma leitura estratégica sobre o desempenho do PPG — desde a produção científica até a inserção institucional.

O diferencial está em sustentar essa análise em dados já disponíveis para coordenadores e gestores, especialmente nas plataformas Lattes e Sucupira. Essas bases reúnem informações essenciais sobre produção intelectual, atuação docente, orientações, internacionalização e diversos outros indicadores-chave que refletem a performance do programa.

Neste artigo, apresentaremos como utilizar esses dados públicos para construir uma análise SWOT robusta do PPG, capaz de orientar o planejamento estratégico e contribuir diretamente para a elevação do conceito Capes nas avaliações quadrienais.

O que é a análise SWOT e por que aplicá-la no seu Programa de Pós-Graduação?

A matriz SWOT — acrônimo de Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças) — é uma metodologia de planejamento estratégico que permite diagnosticar, de forma estruturada, a situação atual de uma organização ou projeto. No contexto de um programa de pós-graduação (PPG), configura-se como um instrumento de autoconhecimento institucional e de apoio à gestão.

Aplicar a análise SWOT em um PPG é, antes de tudo, um exercício de visão sistêmica. A ferramenta conduz o gestor a refletir para além da rotina acadêmica, incorporando não apenas dados sobre produção científica, estrutura docente, inserção social, captação de recursos e relevância internacional, mas também variáveis externas que impactam diretamente o desempenho do programa — como políticas públicas, mudanças nos critérios de avaliação da Capes e o cenário de financiamento à pesquisa.

Com esse olhar ampliado, o coordenador não apenas mapeia a realidade atual do programa, mas também antecipa desafios e projeta estratégias de melhoria contínua. Assim, a matriz SWOT consolida-se como uma aliada essencial tanto nos processos de autoavaliação quanto na elaboração de planejamentos estratégicos e relatórios quadrienais, contribuindo de forma direta para a consolidação e o avanço do PPG.

Fontes de dados estratégicos: o que as plataformas Lattes e Sucupira oferecem?

Uma análise SWOT de um programa de pós-graduação só atinge plena eficácia quando está apoiada em dados precisos, consistentes e atualizados. Nesse contexto, as plataformas Lattes e Sucupira constituem repositórios robustos de informações que podem (e devem) ser explorados de forma estratégica.

A Plataforma Lattes é referência nacional na consolidação de currículos acadêmicos, reunindo informações sobre formação, atuação profissional, produção bibliográfica, orientações, projetos de pesquisa e vínculos institucionais de docentes e discentes. A partir dela, é possível mapear o nível de produtividade científica do corpo docente, sua inserção em redes colaborativas, a frequência de publicações em periódicos de alto impacto e o envolvimento em orientações de mestres e doutores.

Por sua vez, a Plataforma Sucupira, mantida pela Capes, é voltada à gestão e à avaliação da pós-graduação brasileira. Nela estão disponíveis informações formais sobre estrutura curricular, composição do corpo docente, produção intelectual, teses e dissertações defendidas, além de indicadores de internacionalização e impacto regional dos programas. Por ser o principal canal de comunicação entre o PPG e a Capes, a Sucupira configura-se como fonte indispensável para alinhar o planejamento interno aos critérios oficiais de avaliação.

O cruzamento das informações provenientes dessas duas bases permite traçar uma radiografia precisa do desempenho do programa, oferecendo suporte consistente para a elaboração de uma matriz SWOT confiável, coerente e diretamente voltada ao fortalecimento estratégico do PPG.

Como fazer uma análise SWOT do PPG?

Existem alguns passos fundamentais para que a gestão realize uma análise SWOT do PPG a partir das informações disponíveis nas plataformas Lattes e Sucupira. A seguir, apresentamos como aplicar essa estratégia e os principais aspectos que devem ser observados.

Identificando Forças: como destacar os diferenciais do seu PPG

As forças correspondem aos atributos internos que colocam o programa em posição de vantagem em relação a outros PPGs da mesma área. Para identificá-las, é importante analisar os dados de forma comparativa, considerando indicadores como: desempenho dos docentes em publicações qualificadas, taxa de titulação dentro do prazo regulamentar, captação de recursos em editais de fomento, presença em rankings e consistência das ações de inserção social.

Um PPG pode se destacar, por exemplo, pela internacionalização ativa, pela presença de docentes bolsistas de produtividade do CNPq ou pela oferta de uma formação multidisciplinar alinhada às demandas regionais e nacionais. A análise SWOT precisa valorizar esses diferenciais, evidenciando como eles contribuem para o fortalecimento da nota Capes e para a projeção institucional do programa.

Reconhecendo Fraquezas: o que pode comprometer o desempenho do programa

Nenhum programa está isento de fragilidades. Longe de representar fracasso, reconhecê-las é o primeiro passo para enfrentá-las de forma estruturada. As fraquezas correspondem a fatores internos que limitam a atuação do PPG ou comprometem sua competitividade — e que podem ser claramente identificados a partir dos dados disponíveis.

Exemplos comuns incluem: produção científica pouco qualificada, concentração de atividades em poucos docentes, evasão de discentes, baixa empregabilidade dos egressos ou escassez de parcerias interinstitucionais. Esses pontos de atenção devem ser incluídos na análise SWOT, pois impactam diretamente o desempenho global do programa.

Nesse aspecto, as informações da Sucupira tornam-se particularmente relevantes para identificar recorrências negativas, como reprovações de relatórios anuais, baixa regularidade em indicadores de titulação ou ausência de inovação curricular. Ao reconhecer essas fragilidades, o PPG cria condições para transformá-las em oportunidades de melhoria contínua.

Mais do que listar problemas, é fundamental estabelecer relações causais. Perguntas como “Por que há baixa publicação em periódicos A1 e A2?” ou “Por que a produção de egressos é pouco expressiva?” ajudam a compreender não apenas os sintomas, mas também as origens das fragilidades.

Esse olhar investigativo transforma a matriz SWOT em uma ferramenta de gestão estratégica, e não apenas em um diagnóstico estático. Ao identificar causas subjacentes, a coordenação do PPG pode propor ações corretivas e preventivas mais assertivas, convertendo as fragilidades em planos de melhoria contínua alinhados às diretrizes da Capes.

Analisando Oportunidades: como dados externos indicam caminhos para melhoria do conceito Capes?

As oportunidades são fatores externos que, se bem aproveitados, podem alavancar a performance do programa de pós-graduação. Nesse momento, o foco da análise se desloca dos dados internos para o ambiente ao redor, considerando variáveis institucionais, regionais, nacionais e internacionais, tais como:

• Editais de fomento voltados à pesquisa, inovação e internacionalização;
• Políticas públicas voltadas à ciência, tecnologia e educação superior;
• Parcerias interinstitucionais e redes de pesquisa nacionais e internacionais;
• Programas de internacionalização (mobilidade acadêmica, duplo diploma, cooperação com centros de excelência);
• Expansão da demanda regional por qualificação de mestres e doutores;
• Avanços tecnológicos que ampliam possibilidades de pesquisa e inovação;
• Reconhecimento em rankings e indicadores de impacto social e científico.
  

Ao cruzar os dados internos com essas oportunidades, o gestor pode traçar estratégias mais propositivas. Por exemplo: se a Capes está valorizando a inserção internacional, como o programa pode ampliar convênios com universidades estrangeiras? Se há uma chamada pública voltada a programas com impacto regional, de que maneira o PPG pode se posicionar como ator relevante em seu território?

Assim, as oportunidades deixam de ser apenas um contexto favorável e passam a orientar ações concretas de expansão, diferenciação e fortalecimento estratégico do programa.

Nesse sentido, a análise SWOT do PPG permite antecipar essas possibilidades e incorporar ações concretas no planejamento estratégico, elevando as chances de melhoria na próxima avaliação.

Analisando Ameaças: riscos e desafios que podem ser antecipados

As ameaças são variáveis externas que, se não forem enfrentadas, podem comprometer seriamente o desempenho do PPG. Contudo, essas ameaças nem sempre são percebidas com clareza por quem está envolvido na gestão cotidiana, mas elas estão refletidas nos dados.

Entre os riscos mais comuns estão a redução de recursos para pesquisa, mudanças nos critérios da Capes que desfavorecem certas áreas, sobrecarga de docentes, competição crescente entre programas da mesma área e descontinuidade de políticas públicas. Outro fator preocupante é a dificuldade de renovação do corpo docente, especialmente em programas com forte concentração de professores próximos à aposentadoria.

A análise SWOT do PPG precisa considerar esses elementos para que o planejamento não seja apenas reativo, mas preventivo. Com base nessa leitura, é possível propor planos de sucessão, realocação de carga horária, adequação de linhas de pesquisa ou mesmo redefinição do projeto pedagógico.

Stela Experta©-PG: uma ferramenta completa para fazer uma análise SWOT do PPG, visando melhoria de conceito nas Avaliações Quadrienais da Capes

Embora a análise SWOT possa ser feita manualmente, a tarefa de consolidar dados de múltiplas fontes, interpretá-los corretamente e extrair deles informações estratégicas exige tempo, precisão e capacidade analítica. Nesse sentido, o Módulo de Pós-Graduação da Plataforma Stela Experta© se apresenta como um diferencial decisivo para as instituições.

A ferramenta integra dados atualizados das plataformas Lattes e Sucupira, além de cruzar informações com outras bases relevantes, gerando indicadores estratégicos sobre pessoas, produção científica, laboratórios, projetos e grupos de pesquisa. Ao apresentar esses dados de forma visual, comparativa e histórica, o Stela Experta©-PG permite que o gestor identifique com agilidade as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças que permeiam o programa.

Além disso, o sistema permite o benchmarking com programas similares, seja por nota Capes, região ou área de avaliação, possibilitando análises mais robustas e ancoradas em referências externas. É uma ferramenta que transforma a gestão acadêmica em gestão por indicadores, promovendo maior controle sobre os resultados e mais clareza nas tomadas de decisão.

Ao utilizar o Stela Experta©-PG como apoio à análise SWOT do PPG, os gestores da IES têm em mãos não apenas os dados, mas a inteligência necessária para interpretá-los. Cabe a cada coordenador transformar essa oportunidade em ação concreta, guiando seu programa rumo à excelência nas próximas avaliações da Capes.

💻‍ Plataforma Stela Experta©

Soluções para embasar a tomada de decisões estratégicas em ciência, tecnologia e inovação para as IES e ICTIs

Módulo Pesquisa: Solução para apoiar a gestão estratégica nas Instituições de Ensino Superior, integrando diversas fontes de informação nacionais e internacionais em CT&I, possibilitando que o gestor responda de forma ágil e assertiva a questões sobre a produção intelectual, projetos de P&D, perfil e expertises dos docentes, discentes e grupos de pesquisa da instituição, bem com sobre sua infraestrutura laboratorial.

Módulo Pós-Graduação: Solução para avaliar e acompanhar a performance dos PPGs da Instituições de Ensino Superior no decorrer das quadrienais, baseado em critérios utilizados pelas áreas de avaliação da Capes. A partir dos dados da Plataforma Sucupira, possibilita que o gestor realize benchmarkings entre os PPGs da IES e seus programas pares e identifique os docentes que estão acima/abaixo da média em cada indicador monitorado.

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