Por que os professores das IES devem participar de grupos de pesquisa CNPq?
O Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (DGP), criado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) em 1993, constitui-se no inventário dos grupos de pesquisa científica e tecnológica em atividade no País. Apresenta uma radiografia dos grupos de pesquisa CNPq que ajuda a explicar a dinâmica do avanço científico e tecnológico realizado no Brasil. Por meio do DGP é possível localizar grupos de interesse, identificar sobre o que eles pesquisam e conhecer os pesquisadores que integram os grupos.
De acordo com a base censitária dos Diretório de Grupos de Pesquisa, o número de grupos no país foi multiplicado 8,5 vezes entre 1993 e 2016, passando de 4.402 identificados no primeiro ano do censo para 37.640 no ano passado. Já o número de pesquisadores envolvidos nos grupos foi multiplicado por nove, partindo de 21.541 para 199.566 na mesma comparação.
As informações da IES, dos grupos, de suas pesquisas e de seus integrantes devem ser incluídas pelos líderes de grupos de pesquisa das instituições participantes do DGP – que devem ter sido autorizadas antecipadamente pelo CNPq.
A única exigência é que o líder do grupo tenha um currículo Lattes no CNPq e que seja cadastrado como líder de grupo pelo Dirigente de Pesquisa da IES (pró-reitor de pesquisa, superintendente, diretor, vice-presidente, coordenador de pesquisa da instituição ou equivalente). O Diretório possui uma base corrente, cujas informações podem ser atualizadas continuamente pelos líderes, e realiza censos bi-anuais, que são fotografias dessa base corrente.
Quem pode participar do Diretório de Grupos de Pesquisa CNPq
- Universidades federais, estaduais, municipais ou privadas;
- Instituições de Ensino Superior – IES não universitárias, públicas ou privadas, que possuam pelo menos um curso de pós-graduação stricto sensu (mestrado, doutorado e mestrado profissional) reconhecido pela Capes/MEC (i.e., centros universitários, faculdades integradas, faculdades isoladas, institutos e escolas);
- Instituições que possuam pelo menos 1 (uma) bolsa em curso de Produtividade em Pesquisa (PQ) ou de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT);
- Institutos públicos de pesquisa científica;
- Institutos tecnológicos públicos, centros federais de educação tecnológica e institutos federais de educação tecnológica;
- Laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de empresas;
- Demais instituições, públicas ou privadas (ex: as ECTPs – Entidades Científicas e Tecnológicas Privadas sem fins lucrativos) ficam sujeitas à análise por parte do CNPq, baseada no conjunto dos requisitos a seguir: execução de atividade permanente de pesquisa em CT&I (prevista em seus estatutos), existência de infra-estrutura compatível com essa atividade e, pelo menos, 1 doutor com vínculo na instituição solicitante em regime de dedicação exclusiva entre os líderes de grupo.
Como o Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil tem caráter censitário, pode ser uma importante fonte de informação para o planejamento e a gestão das atividades de pesquisa das IES. A base de dados dos grupos de pesquisa CNPq mapeia os seguintes dados:
- Recursos humanos que constituem os grupos – pesquisadores, estudantes e técnicos;
- Linhas de pesquisa dos grupos;
- Especialidades do conhecimento dos grupos;
- Setores de aplicação para as atividades dos grupos;
- Produção científica, tecnológica e artística dos participantes;
- Informações sobre parcerias estabelecidas entre os grupos e as instituições, sobretudo com as empresas do setor produtivo; e
- Equipamentos e softwares do grupo com permissão de uso compartilhado.
As vantagens de estar no Diretório
O pesquisador que participa do Diretório dos Grupos de Pesquisa CNPq está no mapa da pesquisa nacional e no radar de empresas que buscam universidades que possam desenvolver tecnologia em projetos de cooperação.
Como cada vez mais as pesquisas são feitas em grupo e não individualmente, especialmente porque muitos projetos de empresas que querem ser mais competitivas exigem multidisciplinaridade e transdisciplinaridade, e os grupos de pesquisa têm mais chances de atender a estas demandas do mercado.
Ao integrar o DGP o pesquisador entra também no radar dos dirigentes de pesquisa das IES que prospectam projetos de cooperação com empresas. Uma IES que tem grupos de pesquisa CNPq com um trabalho denso e com bons resultados acaba se diferenciando no mercado e atraindo atenção do setor produtivo, além de ampliar a capacidade de propor projetos dentro da legislação vigente de fomento a projetos de P&D, como a Lei de Inovação Tecnológica regulamentada em 2005.
Outra vantagem de participar de grupos de pesquisa é que o DGP se apresenta como um eficiente instrumento para o intercâmbio e a troca de informações entre instituições de ensino do país. O Diretório responde com precisão e com rapidez sobre os grupos de pesquisa e os seus respectivos pesquisadores, esclarece onde estão estes grupos, o que eles fazem e o que estão produzindo atualmente.
As informações contidas no Diretório de Grupos também são utilizadas para o planejamento do CNPq, que produz indicadores como os apresentados no anuário da estatística sobre a pesquisa no Brasil, documento que serve de referência para outros trabalhos e estudos.
Além da base de grupos de pesquisa apresentar uma importante radiografia da produção científica nacional, ajudando os docentes das IES a procurar lacunas que podem ser exploradas por novos trabalhos científicos, por meio do DGP também é possível localizar grupos de pesquisa com linhas e atividades de pesquisa similares aos de sua instituição.
Ao identificar grupos com perfil de pesquisa com perfil similar fica mais fácil desenvolver produção científica conjunta e promover intercâmbio ou colaborações entre pesquisadores. Desta forma, a IES pode criar uma cultura de promoção de redes de pesquisa e atingir melhores resultados com custos compartilhados.
Finalmente, ao participar do Diretório dos Grupos de Pesquisa CNPq os dirigentes de pesquisa das IES podem utilizar, no site específico destinado a eles, ferramentas que ajudam a encontrar bolsistas de produtividade em pesquisa e orientadores de bolsistas de mestrado e doutorado do CNPq, o que facilita a identificação de potenciais líderes para criação de novos grupos de pesquisa dentro da IES.